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Matéria de 03/04/22 (Cultura Estadão) do jornalista, crítico musical e escritor, Julio Maria do jornal Estadão.
Explosão do streaming faz acusações de plágio dispararem
George Harrison definiu bem a devastação que sentiu em 1971, quando seu maior hit pós-Beatles, My Sweet Lord, aquele que não poderia dar errado, entrou na mira da pior acusação que se pode fazer a um compositor ilibado: a de que a canção que ele assina seria, na verdade, fruto de um furto e que sua genialidade não passaria de uma fraude. Ao mesmo tempo em que as rádios tocavam My Sweet Lord, os representantes do grupo The Chiffons, um quinteto feminino do Bronx que acabou sem muito espaço na história, entravam na Justiça para ganhar a parada e provar que My Sweet Lord tratava-se de uma apropriação indevida e quase descarada de He’s So Fine. Depois de ser condenado por “plágio inconsciente”, Harrison falou aos repórteres: “Depois disso, eu não queria mais saber nem de encostar em um violão com medo de estar fazendo plágio de alguém.”
Cinquenta anos depois, as mídias e as músicas mudaram, mas o fantasma do plágio ainda assombra. Os casos de artistas que reclamam por terem partes de suas criações subtraídas ilegalmente crescem no Brasil e em outros mercados gigantes da música pop, como os Estados Unidos. “Calculo que, de dois anos para cá, houve um aumento entre 60% e 70% de clientes que me contratam por suspeitarem de que suas músicas foram plagiadas”, diz a doutora Deborah Sztajnberg, advogada e musicóloga, especialista em direitos autorais e autora do livro O Show Não Pode Parar: Direito do Entretenimento no Brasil. Juca Novaes, outro especialista na área, além de cantor e compositor, acrescenta: “Há muitas notificações, casos que não chegam a virar ações. Acordos são feitos entre as partes e não podemos revelar nomes por causa das cláusulas de confidencialidade.” Dos seus clientes mais recentes, dois eram do meio sertanejo e um da música pop. “Algumas coisas estão acontecendo”, diz a doutora Vanise Santiago, referência entre artistas e representante do grupo Procure Saber, que trabalha pata nomes como Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Djavan. “Como o acesso às músicas é muito mais fácil, fica mais fácil também se detectar um plágio.”
Há contextos que podem explicar tal crescimento, e um deles tem a ver com números: por dia, são postadas algo em torno de 50 mil a 60 mil músicas novas nas plataformas de streaming no mundo. Só no Brasil, 2 mil novas canções entram no universo digital todos os dias. Uma galáxia de notas que pode atiçar uma linha de pensamento um tanto cartesiana, mas curiosa: será possível ser autêntico em alguns anos? Como criar algo que não se pareça com outro algo ainda que nenhum dos dois algos tenham se esbarrado? O pavor de George Harrison faria mais sentido do que nunca?
“O poder da criação é infinito, mas depende de quem cria”, diz o maestro, professor, compositor e mestre em música pela Universidade Estadual Paulista, Julio Bellodi. Ele mesmo pode ser prova de uma considerável longevidade criativa. Bellodi é autor de nada menos do que 1619 choros e apenas um escorregão. “Um amigo ouviu um dos temas e disse: ‘Isso é Ingênuo, do Pixinguinha’.” Ele tinha razão. O plágio inconsciente ou involuntário, o que não inocenta ninguém em um tribunal, é acionado como uma armadilha sorrateira no ato da composição. De repente, um trecho, um arranjo, uma célula melódica ou parte de um refrão guardados silenciosamente no inconsciente se coloca como um complemento ou mesmo o início de uma frase melódica importante. O chato é que aquela bela solução que amaríamos ter criado foi consagrada por outro artista e, sendo assim, tem dono. Dói, mas até Tom Jobim pode ter caído nessa.
O cronista Antonio Maria, em artigo escrito em 1963 para O Jornal, apontou seis importantes “fontes” mais do que definitivas na obra de Jobim, jogando álcool na fogueira acesa pelo crítico José Ramos Tinhorão, para quem o autor não passava de um simulacro de Cole Porter. Mas Maria matou a cobra e mostrou o pau: Esse teu Olhar tem de fato as mesmas notas iniciais e algo mais de The Moon is Blue; Demais tem mesmo a melodia e, sobretudo, a ideia poética de The End of a Love Affair; Insensatez é escandalosamente colada à melodia do Prelúdio n.º 4, de Fréderic Chopin; Dindi parece uma versão de Night and Day; e Eu Sei Que Vou Te Amar, menos perceptível, traria o mesmo universo de Dancing in the Dark. Jobim jamais foi processado por esses casos e sua credibilidade, possivelmente balançada momentaneamente a quem resolver comparar tais canções com a facilidade que as plataformas permitem hoje, segue intacta.
O plágio inconsciente foi por anos uma preocupação de Roberto de Carvalho, músico, autor e coautor de muitos dos grandes sucessos de sua mulher, Rita Lee. “Eu sempre chequei se o que eu fazia era parecido com algo. E algumas vezes era”, diz, sorrindo. Compor em um país que leva o peso de uma carga musical avassaladora, uma linhagem que vem de João Gilberto e Dorival Caymmi para atravessar Gil, Caetano, Milton, Jorge Ben, Djavan e tantos outros desenhistas de novas linguagens torna a composição dentro da esfera do violão um jogo de lampejos cuidadosos que requer desconfiança atenta da própria originalidade. É preciso se esforçar para não ser uma ideia projetada de autor. “A nossa formação musical é análoga à nossa própria formação de personalidade”, diz Roberto, que se arrepende de ter deixado passar um caso.
Ao levarem para o estúdio a música Lança Perfume, em 1979, Rita e Roberto não tinham ideia do que o tecladista e arranjador Lincoln Olivetti, morto em 2015, reservaria a ela. “A base era completamente diferente do que se tornou.” Os Doobie Brothers haviam lançado What a Fool Believes, no álbum Minute by Minute, e Olivetti não teve dúvidas em traficar o mesmo riff para a canção do casal. “Eu tenho problema com isso. Acho que a música já tinha força, não precisávamos daquele riff. Mas eu tinha 24 anos e acabei deixando.”
Por render milhões em decisões históricas nos tribunais, ter um caso de plágio confirmado legalmente tornou-se uma cobiça – e, muitas vezes, a única glória na vida de um artista. O inglês Ed Sheeran é um dos alvos mais recentes. Sua situação é delicada desde que o artista Sami Switch supostamente mostrou a ele a música Oh Why, em 2015. Dois anos depois, Sheeran lançou Shape Of You, um estrondo em sua carreira, com o trecho da discórdia: um insignificante mas definitivo “oh why” no meio do refrão que se repete e se aproxima muito da música de Switch, que afirma ter um dia entregue a gravação a Sheeran para que ele conhecesse seu trabalho. Sheeran, por sua vez, diz não se lembrar de ninguém ter enviado Oh Why para ele. O julgamento segue na corte de Londres, com sérios riscos à credibilidade do popstar.
Pharrell Williams e Robin Thincke fizeram pior: quiseram ter uma Got To Give It Up para chamar de sua e não disfarçaram. Ao “criarem” Blurred Lines, imaginaram estar assumindo toda a autenticidade do implagiável Marvin Gaye e se deram mal. A família de Marvin estava atenta e o plágio consciente e confesso foi confirmado: por tentarem ter seu momento Marvin Gaye, Pharrell e Robin foram condenados a pagar à família do cantor US$ 5 milhões, além de 50% de toda a arrecadação futura das execuções da música.
A matemática pode ajudar a esclarecer a dúvida relacionada ao possível esgotamento da criação pop ocidental. Uma escala musical diatônica contém, ao todo, 12 notas, contando com os chamados sustenidos (entre um dó e um ré, temos o dó sustenido). Assim, segundo um cálculo já feito pela jornalista e graduada em estatística Simone Harnik, se um compositor quiser ser original usando quatro notas diferentes em uma melodia, ele poderá criar 11.880 melodias diferentes. Se passar a usar 10 notas então, poderá fazer 239 milhões de trechos melódicos diferentes uns dos outros. Um universo que pode não ser infinito, mas é quase.
Para além das contas, no entanto, o mundo pop, que não se esforça tanto em seu original, segue dando sinais de congestionamento autoral. Ao ouvir a britânica Adele cantar Million Years Ago, no ano passado, o autor de sambas notórios Toninho Geraes teve a certeza de que Adele e seu parceiro, o norte-americano Greg Kurstin, haviam surrupiado trechos da harmonia e da melodia de Mulheres, o blockbuster de Geraes que Martinho da Vila gravou em 1995. Há ali alguma semelhança, sobre a qual os juízes ingleses terão de decidir, mas Toninho precisa esperar na fila. Antes dele, o compositor turco Ahmet Kaya já havia reclamado coincidências demais entre a mesma Million Years Ago com a sua canção Acilara Tutunmak, que ele gravou em 1985 enquanto estava exilado na França. Mas olha só a encrenca: se Million Years Ago for um plágio da música turca, Mulheres também não seria?
“Semelhança não é plágio”, diz Daniel Campello, CEO da ORB Music, companhia que lidera a gestão de direitos autorais e serviços de música no País. Ele fala de algo mais profundo do que uma frase melódica eventual ou uma coincidência harmônica: “É o contributo de originalidade”. Seria o núcleo da autenticidade, o cálice sagrado de uma composição, a ideia matadora. Aquela que vai importar, de fato, no sucesso de uma canção. O roubo desse contributo seria, sim, um flagrante de plágio culposo.
E como se proteger de um plágio em um mundo que migra para cada vez mais casos de semelhanças suspeitas? Aquele que cria pode saber se o que ele fez se assemelha com algo já feito? “O artista que não for mal intencionado vai sempre considerar sua criação original”, diz a advogada Deborah Sztajnberg. E aquele que vê sua ideia apropriada indevidamente? “Não temos efetivamente um mecanismo para identificar tais situações. Os casos que vi foram resolvidos por acordo entre as partes ou por decisão judicial”, diz Roberto Mello, CEO da Abramus, a Associação Brasileira de Música e Artes que conta com 40 anos de existência e mais de 100 mil titulares.
E há outra peculiaridade no impagável mundo dos plágios: mesmo quando uma canção é confirmada pela Justiça como fruto de apropriação ilegal, ela não necessariamente precisa sair de circulação. Se fosse assim, não teríamos mais Rod Stewart cantando Da Ya Think I’m Sexy, com trechos de Taj Mahal, de Jorge Ben; Miley Cyrus não poderia mais entoar We Can’t Stop, comprovadamente surrupiada do compositor jamaicano Michael May; Roberto Carlos não seria mais encontrado no YouTube, já que do Spotify ele mandou tirar, cantando a música O Careta, um plágio confirmado de Loucuras de Amor, de Sebastião Braga; e uma banda inteira, se as suposições com tamanhas evidências fossem levadas a sério, talvez nem existisse: o Led Zeppelin.
01. ADONIRAN BARBOSA
02. ALCEU VALENÇA
03. ALICE CAYMMI
04. ALDIR BLANC
05. ANA CAÑAS
06. ANA CAROLINA
07. BADEN POWELL
08. BELCHIOR
09. BETO GUEDES
10. CAETANO VELOSO
11. CARLINHOS VERGUEIRO
12. CARMINA JUAREZ
13. CARTOLA
14. CÁTIA DE FRANÇA
15. CAZUZA
16. CELSO BLUES BOY
17. CÉU
18. CLARA NUNES
19. CRIOLO
20. DALVA ANDRADE
21. DJAVAN
22. DORIVAL CAYMMI
23. EDNARDO
24. EDU LOBO
25. ELIS REGINA
26. FABIANA COZZA
27. FAGNER
28. FELIPE CATTO
29. FLÁVIO VENTURINI
30. GERSON CONRAD
31. GUINGA
32. ITAMAR ASSUMPÇÂO
33. IVAN LINS
34. IZZY GORDON
35. JARDS MACALÉ
36. JOÃO BOSCO
37. JOÃO DONATO
38. JOÃO NOGUEIRA
39. JOÃO RICARDO
40. JOHNNY ALF
41. KARINA BUHR
42. LENINE
43. LÔ BORGES
44. LUIZ GONZAGA
45. LUIZ MELODIA
46. LULU SANTTOS
47. MÁRCIA
48. MARCOS VALLE
49. MARLUI MIRANDA
50. MARIA GADÚ
51. MARIA RITA
52. MARIANA AYDAR
53. MARIENE DE CASTRO
54. MARTINHO DA VILA
55. MILTON NASCIMENTO
56. MOREIRA DA SILVA
57. NEGRA LI
58. NEI LISBOA
59. NELSON CAVAQUINHO
60. NILA BRANCO
61. NOEL ROSA
62. NOEL ANDRADE
63. OLÍVIA BYINGTON
64. PASSOCA
65. PAULO VANZOLINI
66. REGINALDO BESSA
67. RENATO BRAZ
68. ROBERTA SÁ
69. ROBERTO CARLOS
70. ROBERTO RIBEIRO
71. ROBERTO RIBERTI
72. SECOS & MOLHADOS
73. SÉRGIO SAMPAIO
74. SKANK
75. TAIGUARA
76. THÉO DE BARROS
77. TIÊ
78. TIM MAIA
79. TULIPA RUIZ
80. VANESSA DA MATA
81. VERÔNICA FERRIANI
82. WALTER FRANCO
Começou a estudar piano clássico aos seis anos de idade e formou-se em piano e teoria musical em 1956. O primeiro sucesso da dupla Marcos e Paulo Sérgio foi Sonho de Maria, gravada pelo Tamba Trio em 1963.
Marcos começou tocando no trio formado por ele, Edu Lobo e Dori Caymmi. Em 1964, sua canção Samba de Verão atingiu o segundo lugar nas paradas de sucesso estadunidenses, e teve pelo menos 80 versões gravadas nos EUA.
Escreveu muitos temas para telenovelas, dentre elas Pigmalião 70 e Os Ossos do Barão. Nos anos 70, a TV Globo solicitou aos irmãos Valle e Nelson Motta que fizessem uma canção de natal para o fim do ano, com os atores das telenovelas e artistas da Rede Globo cantando. A canção “Um novo tempo” (a dos versos “Hoje é um novo dia / de um novo tempo / que começou…”) tornou-se um sucesso tão grande que nunca mais saiu do ar, sendo presença obrigatória no Natal da Rede Globo até hoje.
Jet-Samba foi o primeiro disco lançado por um selo brasileiro após dezenove anos, e o primeiro totalmente instrumental em 38 anos, com Valle comandando toda a produção e também assinando os arranjos. Seu último trabalho é o CD e DVD Estática, lançado em 2010.
Perdeu o pai, cabo do exército, aos três anos de idade. Sua mãe trabalhava em casa de uma família na Tijuca e o criou sozinha. Seus estudos de piano começaram aos nove anos, com Geni Borges, amiga da família para a qual sua mãe trabalhava. Os empregadores de sua mãe pagaram as aulas de piano, mas desaprovaram sua posterior carreira nas boates.
Após o início na música erudita, começou a se interessar pela música popular, principalmente trilhas sonoras do cinema norte-americano e por compositores como George Gershwin e Cole Porter. Aos 14 anos, formou um conjunto musical com seus amigos de Vila Isabel, que tocavam na praça Sete (atual praça Barão de Drummond). Estudou no Colégio Pedro II. Entrando em contato com o Instituto Brasil-Estados Unidos, foi convidado para participar de um grupo artístico. Uma amiga americana sugeriu o nome de Johnny Alf.
Em 1949, ingressou no Sinatra-Farney Fan Club, voltado para a música de Frank Sinatra e Dick Farney. Em 1952, Dick Farney e Nora Ney o contratam como pianista da nova Cantina do César, de propriedade do radialista César de Alencar, iniciando assim sua carreira profissional. Mary Gonçalves, atriz e Rainha do Rádio, estava sendo lançada como cantora, e escolheu três canções de Johnny: Estamos sós, O que é amar e Escuta para fazerem parte do seu longplay Convite ao Romance.
Foi gravado seu primeiro disco em 78 rpm, com a música Falsete de sua autoria, e De cigarro em cigarro (Luís Bonfá). Tocou nas boates Monte Carlo, Mandarim, Clube da Chave, Beco das Garrafas, Drink e Plaza. Duas canções se destacaram neste período: Céu e mar e Rapaz de bem (1953), ambas de melodia e harmonia consideradas revolucionárias, precursoras da bossa nova.
Em 1955 foi para São Paulo, tocando na boate Baiuca e no bar Michel, com os iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves. Em 1962 voltou ao Rio de Janeiro, se apresentando no Bottle’s Bar, junto com o conjunto musical Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sylvia Telles. Apresentava-se no Litlle Club e Top, o conjunto formado por Tião Neto (baixista) e Edison Machado (baterista).
Em 1965 realizou uma turnê pelo interior paulista. Tornou-se professor de música no Conservatório Meireles, de São Paulo. Participou do III Festival da Música Popular Brasileira em 1967, da TV Record – Canal 7, de São Paulo, com a música Eu e a brisa, tendo como intérprete a cantora Márcia (esposa de Silvio Luiz). A música foi desclassificada, porém se tornando um dos maiores sucessos de sua carreira.
Em seus últimos anos de vida Johnny raramente se apresentava, em razão de problemas de saúde. Esteve apenas na abertura das exposições dedicadas aos 50 anos da bossa nova na Oca, em 2008, e, em janeiro de 2009, no Auditório do SESC Vila Mariana, em São Paulo. Na mostra sobre os 50 anos da bossa nova, Alf teve um encontro virtual com nomes como Tom Jobim, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Stan Getz. O artista tocava piano com as projeções dos colegas, já mortos, para um filme que foi exibido ao longo do evento. Segundo o curador da mostra, Marcello Dantas, Johnny Alf foi “o caso clássico do artista que não teve o reconhecimento a altura de seu talento. Alf foi um gênio e teve participação na história da nossa música”.
O compositor não tinha parentes. Vivia em um asilo em Santo André. Seu último show foi em agosto de 2009, no Teatro do Sesi, em São Paulo, ao lado da cantora Alaíde Costa.
Faleceu aos 80 anos no hospital estadual Mário Covas, em Santo André (SP), onde, durante três anos, se tratou de um câncer de próstata.
Segundo o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf foi o “verdadeiro pai da Bossa Nova”. Tom Jobim, outro dos primeiros artistas da Bossa Nova, admirava Johnny Alf a ponto de apelidá-lo de “Genialf”.
João Donato de Oliveira Neto (Rio Branco, 17 de agosto de 1934), mais conhecido apenas como João Donato, é um pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor brasileiro.
Donato foi amigo de todos os expoentes do movimento bossanovista, como João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Johnny Alf, entre outros, mas nunca foi caracterizado unicamente como tal, e sim um músico muito criativo e que promove fusões musicais, de jazz e música latina, entre tantos outros.
Na década de 1950, João Donato se muda para os Estados Unidos onde permanece durante treze anos e realiza o que nunca tinha conseguido no Brasil: reincorporar a musicalidade afro-cubana ao jazz. Grava o disco A Bad Donato e compõe músicas como “Amazonas”, “A Rã” e “Cadê Jodel”.
Retorna ao Brasil, reencontra a música brasileira que estava sendo feita no país, mas não abandona sua paixão pela fusão entre o jazz e ritmos caribenhos. Como arranjador participou de discos de grandes nomes da MPB como Gal Costa e Gilberto Gil.
Entre as composições mais conhecidas do músico, estão: “Amazonas”, “Lugar Comum”, “Simples Carinho”, “Até Quem Sabe” e “Nasci Para Bailar”. Segundo o crítico musical Tárik de Souza: “Durante muito tempo, João Donato foi um mito das internas da MPB. Gênio, desligado, louco, de tudo um pouco.”
Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1958 — Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990), foi um cantor, compositor, poeta e letrista brasileiro. Primeiramente conhecido como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho, na qual fez bem sucedida parceria com Roberto Frejat, Cazuza posteriormente seguiu carreira solo, sendo aclamado pela crítica como um dos principais poetas da música brasileira.
Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo declarado em entrevistas que era bissexual. Em 1989 declarou ser soropositivo (termo usado para descrever a presença do vírus HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), e morreu em 1990, no Rio de Janeiro.
Muito embora a maioria das pessoas associa uma música ao seu intérprete, portanto pensa que A Festa de Santo Reis é criação de Tim Maia, esta canção é de autoria do paulistano Márcio Leonardo, e foi feita quando o compositor tinha 15 anos de idade, em Santos (SP). Porém, só após quase uma década é que ela viria a ser gravada e alcançaria um grande sucesso na voz de Tim Maia em 1971, integrando, como canção de abertura, o segundo álbum do cantor.
A história da gravação dessa canção por Tim ocorreu quando este estava fazendo shows, logo depois de voltar dos Estados Unidos, na boate Cave onde conheceu Branco, apelido de Marcio Leonardo, que frequentava o local e era amigo do dono da casa, daí estabeleceu-se um estreito contato entre eles que se tornou em uma longa amizade e dessa relação surgiu o conhecimento e o desejo de Tim Maia gravar uma das canções compostas por Márcio, que já desde os tempos de infância era um apaixonado por música, tendo contato com esta desde muito cedo. Assim A Festa de Santo Reis, foi a canção escolhida pelo cantor para ser interpretada e gravada por ele em seu disco, mas sem Márcio saber. Este só soube, depois de tempos, quando ouviu no rádio Tim cantando essa sua música. Prontamente ligou para o Tim que perguntou onde ele estava e lhe disse que tinha uma boa grana de direitos autorais para ele receber. Grande sucesso já no lançamento, essa canção figura até hoje como um dos principais hits da carreira de Tim que faleceu em Niterói no estado do Rio de janeiro em 15 de março de 1998 aos 55 anos.
Nascido em 06 de fevereiro de 1947, caçula de uma família de seis filhos, Márcio Leonardo é um amante da natureza e há trinta anos reside no interior paulista na cidade de Santo Antônio do Pinhal, onde é empreendedor sendo dono de duas pousadas, Vento Verde e Fonte das Hortênsias que foram pioneiras deste tipo de negócio na região.
Com várias regravações por diversos artistas A festa de Santo Reis continua sendo executada e se tornou uma marca registrada da data da folia de reis na nossa música popular.
Redação do SFA,
São Paulo, 06 de janeiro de 2021.
Julio Bellodi
(Maestro, compositor, poeta, pesquisador e mestre em música pela UNESP)
A Festa de Santo Reis
Compositor: Márcio Leonardo
Intérprete: Tim Maia
Álbum Tim Maia
Ano de lançamento: 1971
Hoje é o dia do Santo Reis
Anda meio esquecido
Mas é o dia da festa do Santo Reis
Hojé é o dia do Santo Reis
Anda meio esquecido
Mas é o dia da festa do Santo Reis
Eles chegam tocando sanfona e violão
Os pandeiros de fita carregam sempre na mão
Eles vão levando, levando o que pode
Se deixar com eles, eles levam até os bode
É os bode da gente, é os bode mééé…
É os bode da gente, é os bode mééé…
Hoje é o dia do Santo Reis (hum…)
Hoje é o dia do Santo Reis (Hoje é o dia)
Hoje é o dia do Santo Reis (É o dia da festa)
Carlinhos, ainda criança, estudou piano com seu avô Guilherme Fontainha, e já dava concertos aos sete anos, no interior de São Paulo.
O início da carreira veio em 1973, quando, ainda funcionário da Bovespa, lançou dois compactos simples pela gravadora Chantecler. Em 1974 foi lançado Brecha, seu primeiro álbum, ainda em formato LP.
Com mais de 150 canções gravadas, Carlinhos Vergueiro tem parcerias com Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Toquinho, Sueli Costa, J. Petrolino, Paulo César Pinheiro, Elton Medeiros, João Nogueira, Paulinho da Viola, entre outros.
Entre suas composições mais famosas, pode-se citar: “Por que será?”, com Vinicius de Moraes e Toquinho (1977); “Torresmo à Milanesa”, com Adoniran Barbosa (1980); “Camisa Molhada”, com Toquinho (1976); “Como um Ladrão” (1975) e “Nosso Bolero”, com Chico Buarque (1986); “Tocaia de Cobra”, com Paulo César Pinheiro (1998); e “Dia Seguinte”, com J. Petrolino (1978) (gravada por Beth Carvalho), entre outras.
wikipédia
Roberto Carlos Braga (Cachoeiro de Itapemirim, 19 de abril de 1941) cantor, compositor e empresário brasileiro. Começou a sua carreira sob influência do samba-canção e da bossa nova, no início da década de 1960, mudando seu repertório para o rock and roll logo em seguida.
Com composições próprias, geralmente feitas em parceria com o amigo Erasmo Carlos, e versões de sucessos do então recente gênero musical, fundou as bases para o primeiro movimento de rock feito no Brasil. Com a fama, estrelou ao lado de Erasmo e Wanderléa um programa na RecordTV chamado Jovem Guarda, que daria nome ao primeiro movimento musical do rock brasileiro e que alçou Roberto e seus companheiros ao status de ídolos da geração. Além da carreira musical, estrelou filmes inspirados na fórmula lançada pelos Beatles – como Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa e Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora.
Na virada para década de 1970, reformulou seu repertório rock and roll e se tornou um cantor e compositor basicamente romântico, que não modificou desde então. Logo também mudava seu público-alvo, que deixou de ser o jovem e passou a ser o adulto. Entre 1961 e 1998, Roberto lançou um disco inédito por ano.
Atualmente continua se apresentando com frequência e produz anualmente um especial que vai ao ar na semana do Natal pela Rede Globo, mesma época em que costumavam ser lançados seus discos anuais. Dezenas de artistas já fizeram regravações de suas músicas, entre os quais Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia.
Segundo a Pro-Música Brasil, Roberto Carlos é o artista solo com mais álbuns vendidos na história da música popular brasileira. Seus discos já venderam mais de 140 milhões de cópias e bateram recordes de venda – em 1994 chegou a marca de 70 milhões de discos vendidos – incluindo gravações em espanhol, inglês, italiano e francês, em diversos países.
Tendo realizado milhares de shows em centenas de cidades no Brasil e no exterior, sua popularidade o tornou conhecido no Brasil e na América Latina como Rei, contando com um dos maiores fã-clubes do mundo.